Quem ama confia:
Sentença pobre.
Quem ama ama.
Como poderia um ser confiar amando?
Seria uma sensatez, ela não existe no amor.
O amor vem pelas colinas do Morro dos Ventos Uivantes
E corre ao lado do rio que onde jaz Ofélia.
Ele anda de mãos dadas com Baltasar e Blimunda pelos corredores do Convento.
O amor é a partida de Rhett com as lágrimas de Scarlett.
Ele é uma briga de Conde Vronsky e Anna Karenina.
O amor arde com Dido e é a lâmina de sua adaga.
Virgílio entona: amor vincit omnia;
Ele vence por sua força, pela tempestividade, jamais pela sutileza ou obviedade.
O amor é incerteza, é dor
O amor é aquilo que ódio poderia ser.
O amor é sofrimento e alegria, bem e mal.
O amor é uma ode ao humano e sua essência, assim, não pode viver na racionalidade.
Reviva, Camões! Conclame sobre o amor:
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
O amor roça na língua dos poetas.
Os falsos amores, sem poesia e dor.
Amores que não queimam, amores de Vitrine, quão pobres ainda pretendem ser?
Afinal, falso amante, por quanto tempo ainda abusarás de nossa paciência?